sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

REALIDADE BRASILEIRA

(No Estadão impresso, Entre aspas, sexta-feira, 28/01/2011)
"De fraude em fraude os corruptos enchem o papo... E os trabalhadores apertam o cinto!"

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A HIDRA AMEAÇA

(No Estadão online, segunda-feira, 24/01/2011)
Cuidado, presidente Dilma, pois o sindicalismo, já está buscando controlar o seu governo, como fez com o do seu antecessor. Já se manifestaram de modo preocupante o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, e o sr. Artur Henrique, presidente da CUT. O primeiro disse que, se a senhora "ficar ouvindo seus burocratas, vai ter muito trabalho" com eles, e o segundo, que a senhora se cercou de "economistas burocratas", empenhados em "implantar a agenda dos derrotados nas urnas". Creio que isso já se configura como o bafo venenoso da serpente "hidra sindical" criada por Lula. Como, na mitologia grega, Héracles matou a serpente com muitas cabeças de um golpe só (pois, cortando uma, duas cabeças surgiriam no lugar, tal como no peleguismo sindical), a senhora deve tomar forte medida para pôr já a "serpente" no seu devido lugar. Uma ideia seria aplicar com firmeza as armas da Constituição (igualdade de todos e regras de bom senso no uso de dinheiro público), para que sejam exigidas de todos os sindicatos transparência total e prestação de contas das verbas recebidas. Por que razão, sendo exigência geral a prestação de contas, os sindicatos (assim como a UNE) não têm essa obrigatoriedade? Estamos alimentando a "Hidra de Lerna" que se tornou o movimento sindical, rico e descontrolado. Essa "serpente" pode dificultar muito, se não travar, seu governo. Use logo a espada de Héracles, antes que seja tarde!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

VAMOS APRENDER?

(No Estadão impresso, sexta-feira, 21/01/2011)
CHUVAS E TRAGÉDIAS
Todo ano no verão chegam as chuvas, causando enchentes, deslizamentos, enxurradas e tragédias. Este ano superou todas as expectativas e só no Estado do Rio temos mais de 750 corpos achados e mais de mil mortes estimadas, incluindo os desaparecidos. Será que finalmente vamos aprender com tais desgraças? No artigo O marketing cínico do dilúvio anunciado (19/1, A2), José Nêumanne aponta para o fato de que na Região Serrana do Rio quase não existe terreno sem risco para abrigar a população, só montanhas e vales. Por razões diversas, cerca de 5 milhões de brasileiros vivem em áreas de risco - estimativa do ministro Mercadante. Todas essas pessoas correm risco de vida. Temos um monumental problema, em especial considerando que muitos dos atingidos são crianças, que não conseguem se defender da força de enxurradas. Gostaria de sugerir o seguinte projeto: reunir especialistas para elaborarem sistemas de contenção da força das águas. Todas as áreas de risco seriam mapeadas e acima delas, ou nas margens de rios e córregos, sistemas para reduzir os efeitos de temporais seriam construídos, como barreiras, muros de arrimo, diques, amarração de rochas ou pedras, blocos de concreto cravados com estacas em posição estratégica, plantas que absorvem umidade e têm raízes resistentes colocadas nos caminhos, tudo para dificultar o deslocamento de água e detritos recolhidos na passagem, etc. Só depois tais áreas seriam liberadas para construção e habitação, e o poder público deveria ainda orientar o cidadão a tomar precauções extras. Finalmente, deveríamos ter um planejamento sério com pessoas treinadas para lidarmos com desastres não previstos. O atual plano de alerta, sozinho, não vai funcionar, pois apitos, sirenes e avisos por celulares não levarão pessoas a abandonar seus lares e pertences sem prévio planejamento urbano sério, com o confiável apoio das autoridades. A vida de cada cidadão e os pesados impostos que já pagamos nos permitem exigir um tratamento sério e definitivo. Chega de omissão ou quebra-galhos dos que muito ganham para nos governar!
SILVANO CORRÊA

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

PROBLEMA ESSENCIAL

(No Estadão online, terça-feira, 18/01/2011)
Em novembro de 2010 o Brasil admitiu à ONU estar despreparado para enfrentar tragédias (16/1, A1). Por que será? Quero apontar aqui uma razão que todos conhecem mas pouco ou nada é feito para corrigir. Diante de catástrofes (previsíveis), providências são sempre tomadas após os fatos, e de forma improvisada, porque o dinheiro público é mal gasto e falta competência em todos os níveis de governo. E qual a principal razão disso? Cada nova administração, ao assumir emprega amigos, parentes, militantes, colaboradores, cupinchas, etc., e dá um jeito de torná-los estáveis, ou bem protegidos (blindados por dossiês). Assim, o Brasil tornou-se uma grande e amorfa repartição pública, uma casa de mãe Joana, sugando quase todos os 37% do PIB arrecadados de seus sacrificados trabalhadores para cobrir a pesada folha de pagamento de uma burocracia improdutiva e inepta. Os problemas da infraestrutura nacional sucateada e, agora, sobre o risco de catástrofes naturais, são conhecidos, como fica comprovado no documento de Ivone Maria Valente, da Secretaria Nacional da Defesa Civil. Nossos dirigentes têm as informações dos problemas, mas pouco podem fazer, pois toda a máquina governamental se encontra emperrada pelo peso de um funcionalismo despreparado, das benesses criadas como direitos (abusos) adquiridos, da confusão burocrática que dificulta ou torna impossível o andamento de quaisquer medidas, especialmente as salutares que põem em risco os nichos corporativistas constituídos, etc. Desta maneira o Brasil vai afundando pelo seu "peso morto" - o chamado "custo Brasil" - e governos petistas como o de Lula só fazem piorar a situação. Resumindo: quem trabalha e produz paga cada vez mais imposto para sustentar muitos "aspones", sobrando pouco para atender à infraestrutura nacional e a ações estratégicas e inteligentes como o Plano de Ação de Hyogo, elaborado pela ONU. Enquanto as repartições se encontram abarrotadas de gente (geralmente paletós em cadeiras, para disfarçar), nada é feito para evitar ou, pelo menos, minimizar situações catastróficas e desesperadoras como as que ceifaram tantas vidas inocentes. Enquanto não corrigirmos esse problema essencial, os honestos continuarão trabalhando muito para, diante de fenômenos naturais previsíveis, morrerem na praia, ou melhor dizendo, na lama!

sábado, 15 de janeiro de 2011

QUEM É RESPONSÁVEL?

(No Estadão online, sábado, 15/01/2011)
Em países conscientes e responsáveis, providências são exigidas e tomadas por todos para que se tenha uma vida digna e longeva. Nesses países há uma união de sociedade e governo. Lá a cidadania participativa é levada a sério. Aqui, infelizmente, os políticos estão sempre distantes do povo (a não ser em períodos eleitorais) e se preocupam mais com seus ganhos do que com os muitos problemas que afligem seus representados. Enquanto lá, em muitas cidades, vereador é cargo voluntário, não remunerado, que trabalha com consciência cívica, aqui querem sempre mais e fazem muito pouco pelos seus municípios. Assim, as mais de 500 mortes resultantes dos desastres ocorridos na zona serrana do Rio, e em muitas outras cidades do Brasil, devem ser de total responsabilidade dos políticos, amplamente remunerados, em todos os níveis. Houve displicência e descaso de todos. Deixaram a ocupação de terras ocorrer sem freios. Não impuseram rigor na aprovação e fiscalização de projetos imobiliários, assim como não se preocuparam com o planejamento urbano. Não adianta mandar dinheiro depois do acontecido. Eles são responsáveis, pois não cumpriram seus deveres cívicos, apesar de ganharem regiamente para isso!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

DILMA

(No Folha de São Paulo online, terça-feira, 4/01/2011)
Quero apelar aos meios de comunicação em geral e aos formadores de opinião em particular para que dêem um voto de confiança à presidente Dilma. Minha opinião é que ela, em sua histórica posse, demonstrou inteligência, coragem e sensibilidade, com personalidade forte e independente.Vários fatos comprovam isso. Manteve sempre a simplicidade e a clareza de comunicação, sem tergiversar ou apelar para a demagogia ou populismo. Respeitou o protocolo de forma justa e despretensiosa, dignificando o cargo que assumiu. Não teve medo de abordar assuntos delicados, como sua participação na Revolução de 64. Colocou em pauta reformas importantes, mas não mencionou o faraônico projeto do trem-bala. Foi corajosa ao revelar seu amor à pátria, beijando a bandeira nacional. Teve sensibilidade ao reverenciar os que tombaram na defesa da liberdade e dizer que não guarda mágoas ou rancores daquele triste período.Disseram na Rede Globo que ela iria trocar o vestido branco por um vermelho. Não o fez, demonstrando querer evitar o sectarismo partidário e buscar a união. Foi muito clara ao oferecer a mão a todos, inclusive à oposição, pedindo apoio por um Brasil melhor.Por tudo isso, peço uma trégua e um voto de confiança. Acho que Dilma Rousseff iniciou bem seu mandato, dando uma mensagem de alto nível com propostas e desejos de que o Brasil precisa. Creio que, enquanto mantiver essa linha, ela merece nosso apoio.