terça-feira, 24 de novembro de 2009

GUILHERME LACERDA

(No Estadão Online, terça-feira, 24/11/2009)
Gostaria de pedir ao economista Guilherme Lacerda (De onde viemos?, 23/11,A2) que fosse mais específico quanto aos seus elogios da atual política econômica e social. Como ele explica os 37 ministérios do Lula? Qual a contribuição real que eles estão dando ao Brasil? Qual o valor que coloca no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que, para todos efeitos, não passa de um aglomerado de projetos existentes e normais, usado como desculpa eleitoral na campanha antecipada (e ilegal) da ministra Dilma Rousseff? Como ele explica o aumento enorme dos gastos de custeio em prejuízo dos investimentos básicos? (No artigo de Luís Stuhlberger Gestor vê retrocesso na economia, 22/11,B5, consta que relatório recente aponta o Brasil em último lugar de todos os países quanto à relação de gastos para investimentos. Ele não confia ou não acredita nesse estudo?) Gostaria que o sr. Lacerda nos falasse um pouco do Plano de Governo do Lula, pois, pelo que me consta Lula tem é um plano para manter o poder a qualquer custo para o Brasil, com bolsas e benesses para todos. Enfim, para colocar os pingos nos iis nessa questão, seria bom termos artigos dos ex-ministros Pedro Malan e Armínio Fraga (citado nas entrelinhas pelo sr. Lacerda). Um diálogo aberto e sério, isto sim contribuiria para o "aperfeiçoamento de uma verdadeira Nação brasileira" com padrões modernos e competitivos no mundo global. E com deveres bem definidos e claros para todos, não com o demagógico e ilusório argumento de "justiça social e direitos cidadãos" - postura dos que querem se esconder sob o guarda-chuva da estatização e do aparelhamento do Estado. Com a palavra sr. Lacerda.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

AUMENTO DO IPTU

(No Estadão impresso, coluna SP Reclama, sexta-feira, 20/11/2009)
Senhor prefeito Gilberto Kassab, deixe-me ver se o entendi bem: como foram realizados "investimentos expressivos" pela Prefeitura, o senhor vai aumentar o IPTU residencial em até 40%. Ou seja, o imposto altíssimo que já pagamos não cobre esses investimentos. Gostaria de saber quais são os "investimentos expressivos" realizados, pois não vi nada de diferente sendo feito, pelo menos no meu bairro. Seguindo esse raciocínio, toda vez que algo a mais for realizado pelo poder público teremos de arcar com um acréscimo substancial nos impostos? Isso é um absurdo que só acontece no Brasil. Paga-se muito para sustentar uma máquina pública inchada e recebemos pouco em troca. Como nossos governantes estão sempre dando mais benesses para um funcionalismo público inchado, temos de ouvir desculpas esfarrapadas para justificar aumentos acima da inflação. O funcionalismo público graduado vive num círculo virtuoso de crescentes vantagens e direitos adquiridos, enquanto nós, aqueles que trabalham e produzem riqueza de fato, vivemos sob o peso crescente de uma carga fiscal injusta e a fundo perdido. Pergunto ao sr. Kassab: como tenho "gastos expressivos" com minha família, terei direito ao correspondente desconto no meu IPTU de 2010?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

HORA DE CRESCER

(No Estadão Online, terça-feira, 17/11/2009)
O apagão é culpa da Dilma! O acidente no Rodoanel é culpa do Serra! O sucesso do Brasil é do Lula! O sucesso do Brasil não seria possível se não fossem as medidas implantadas no governo FHC! ... Nós parecemos crianças discutindo seus pequenos problemas enquanto as reformas, tão essenciais para nosso futuro, se perdem no tempo e nas picuinhas. Vamos crescer pessoal. Como mencionei em uma carta recente, "estamos todos no mesmo barco!". Vamos deixar de brincar de jogar sujeira no ventilador da política partidária, e com maturidade, unidos, começar a limpeza do muito de podre que temos no país. Do jeito que está, nós brigamos e os corruptos, especuladores, maus caráteres e inescrupulosos deitam e rolam de alegria com nossa criancice. Pois, como diz o ditado: "os cães ladram e a caravana passa". No caso em pauta, a caravana são os maus brasileiros que tanto enriquecem diante da impotência dos bons. Na situação atual, os honestos sofrem com um ônus fiscal cada vez maior, e um retorno cada vez mais minguado. Vamos "crescer", deixar para lá os pequenos desentendimentos e enfrentar nossos desafios. Nossos descendentes merecem uma atuação muito melhor de cada um, especialmente nossos estadistas mais esclarecidos. Chega de discutir. É hora de acabar com a impunidade e fazer valer uma lei para todos. Será que há esperança? Será que conseguimos? Deus queira!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

RODOANEL

(Na Folha de São Paulo, segunda-feira, 16/11/2009)
"Em setembro, o Tribunal de Contas da União apontou como irregularidade grave a substituição dos tubulões de concreto previstos no projeto dos viadutos do trecho sul do Rodoanel por vigas pré-moldadas ("Obra usou material barato, aponta TCU", Cotidiano, ontem).Na sexta-feira, três dessas vigas caíram sobre veículos, ferindo várias pessoas. De quem é a culpa? Das empreiteiras, que tentaram baratear os custos em detrimento da segurança? Dos fiscais, que não se preocuparam com as denúncias do TCU e deixaram o "erro" passar?Quem vai pagar os custos provocados por esse "acidente'? Cabeças vão rolar como exemplo para que novos jeitinhos não ocorram no futuro? Existem mais vigas pré-moldadas irregulares no restante da obra? Muitas perguntas que retratam a displicência do governo em atacar a corrupção endêmica envolvendo obras públicas. E Lula ainda quer criar uma entidade para controlar e cooptar as decisões do TCU!"

domingo, 15 de novembro de 2009

NUNCA ANTES...

(No Estadão impresso, domingo, 15/11/2009)
Lula diz que nunca antes dele um presidente torceu pelo sucessor. Não se lembra, sr. presidente, da excelente transição oferecida por FHC? E que toda a população torcia para que o senhor conseguisse o que tanto prometeu: mudar tudo isso que está aí? Pois é, democracia plena é isso mesmo. O senhor vai torcer pelo sucessor, mas, infelizmente, esqueceu logo muita coisa da "herança bendita" recebida do antecessor, como a estabilidade da moeda (Plano Real, tão criticado por seu partido), a Lei de Responsabilidade Fiscal, que acabou com os abusos nos orçamentos públicos, e muitas medidas que serviram de base para atravessar a crise e resultar no seu sucesso. A História deve marcar o seu governo com um DNA de três traços: muita sorte ao pegar período de euforia mundial (ainda que não bem aproveitado como os demais países em desenvolvimento), autoelogios como "nunca antes neste país..." e nunca saber de nada, mas discursar sobre tudo. Vamos torcer para que, se o próximo presidente for da oposição, o PT não trabalhe, como sempre fez, pelo quanto pior, melhor, travando as reformas tão necessárias ao nosso país. Todos juntos, sr. presidente. Afinal, estamos no mesmo barco!

sábado, 14 de novembro de 2009

TRISTE REALIDADE

(No DIÁRIO CATARINENSE – SC, sábado, 14/11/2009)
Em entrevista ao Financial Times de Londres, publicada nesta segunda-feira (9/11), o presidente Lula disse que o setor privado nunca ganhou tanto quanto hoje no Brasil. Realmente, empresários, políticos e “amigos do rei” estão deitando e rolando de ganhar, com as facilidades e benesses distribuídas. Pena que pouco desse dinheiro chega para melhorar a saúde, educação, segurança, transportes e a infra-estrutura do país em geral. Na era Lula, alguns ganham muito, enquanto a nação vive do minguado de “bolsas”, projetos empacados e muitos discursos. Uma classe cada vez mais rica vive numa nação cada vez mais de pedintes. Essa é nossa triste realidade.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

MICROINCIDENTE?

(No Estadão Online, quinta-feira, 12/11/2009)
O ministro da Justiça, sr. Tarso Genro, disse que o blecaute em 18 Estados não pode ser considerado um apagão, mas um "microincidente" (sic) E que a oposição está explorando o fato eleitoralmente. É, aqui em São Paulo, região de Pinheiros, esse "microincidente" (sic) começou às 22h15 do dia 10 e só foi sanado quase seis horas depois, às 4 da madrugada. O sr. Genro deve achar que a oposição tem de ficar quietinha e só elles têm o direito de criticar o governo anterior. A verdade é que se a posição fosse outra, e o PT estivesse na oposição, estariam ampliando a "desgraça" e "chutando o pau da barraca" eleitoralmentte. Ou não?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

CAÇA AOS FANTASMAS

(No Estadão Online, segunda-feira, 9/11/2009)
Alguém, por favor chame os "caça fantasmas", pois parece que, no Senado, foi localizada uma infestação da espécie conhecida como "aspones parasitus federalis". Felizmente, um valente senador pelo Piauí, sr. João Vicente Claudino (PTB-PI), começou o trabalho demitindo uma "danada" que estava escondida em shopping de Teresina. As notícias são confusas pois a própria declarou que era "legal", e que fazia "pesquisas políticas" entre o cozinhar uma lasanha e outra em seu restaurante italiano. Parece que esse tipo de fantasma faz parte de uma epidemia já antiga que se espalhou por todo o território nacional. Sugerimos, pois, que sua caça deva ser feito com pente-fino, e abranger todas as capitais, nas residências e escritórios de suas "excelências" de Brasília. Cabe uma alerta a todos os cidadãos de bem: não fiquem assombrados quando se "escafederem" pelas paredes os muitos fantasmas e assombrações parasitando alegremente com nosso suado dinheiro. É assim mesmo, pois quem assume cargo em Brasília adota logo o lema: "Mateus, primeiro os meus!". E os brasileiros honestos e trabalhadores (ou seja, nós os trouxas) que paguem essa conta "assombrosa" e indecente!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A NUDEZ DO REI

(No Globo impresso e Estadão Online, sexta-feira, 6/11/2009)
Havia um reino chamado Faz de Conta que tinha muitos disputando o reinado, que era concedido ao mais luxuoso no vestir. Um cidadão, que muito ambicionava ser rei, e havia tentado já três vezes, pediu ao seu alfaiate, o alfaiate real, que preparasse um traje dos mais soberbos e magníficos. O alfaiate, que já tinha tentado de tudo sem sucesso, resolveu inovar e disse ao cidadão que o vestuário novo era tão rico que todos ficariam assombrados com ele. Assim, o cidadão concorreu ao reinado pela quarta vez trajando aquela roupa, que na verdade não existia: o cidadão estava sempre nu, em pelo. Mas o povo, assombrado, aplaudia, e ele foi escolhido como rei de "Faz de Conta", reinando muito tempo com popularidade de 80%. Até que um dia um menino, inocente e ingênuo, viu o rei e gritou: "o rei está nu!". Foi um escândalo no reinado. Fim da história. O alfaiate, se não me engano, chamava-se Duda Mendonça; e o menino, que acabou de ser conhecido: Caetano Veloso!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

CEF FAZ A FESTA

(No Estadão e Folha de SP Online, quarta-feira, 4/11/2009)
Mais um despropósito desse (des)governo. Antes, foi o Banco do Brasil comprando convites de festa para angariar fundos para construção da sede do PT. Agora a Caixa Econômica Federal dando festa para ministro. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) acertou em cheio: "É um absurdo desnecessário a Caixa, um banco público, financiar festa de ministro. Para que festa de posse?". E, como será contabilizado esse desembolso de nosso dinheiro? Doação? Será que há previsão na CEF para tais gastos perdulários com ministro, amigo do rei? Alguém será responsabilizado? Não há dúvida: estamos na era Lula quando para os amigos é tudo festa e bondades, e para os "não amigos", a censura! Até quando?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

FALTA OPOSIÇÃO

(No Estadão Online, terça-feira, 3/11/2009)
Em seu artigo dominical, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pergunta: Para onde vamos? E nós, seus desiludidos eleitores, perguntamos: "para onde estão nos levando... governo e oposição"? O governo pela exploração do populismo demagógico e da esperteza "lulística"; e a oposição pela apatia e acomodação ante os muitos desvios de normas e conduta, e da própria Constituição, por esse (des)governo que nos mal conduz. "Dar um basta, antes que seja tarde", conclui FHC, em seu arrazoado. Muito bem, sr. presidente, estamos esperando faz tempo uma postura forte, nesse sentido, da oposição. Fora arroubos dos senadores Pedro Simon e Jarbas Vasconcellos, até agora só ouvimos muito "nhê nhê nhê"! (Parafraseando o articulista.) Isto sim é que já encheu nossa paciência. Quando teremos uma oposição de fibra e de verdade? Eis a questão!