quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A LÓGICA DA DEMISSÃO

(No Estadão online, quarta-feira, 17.12.2014)
Com tudo o que tem sido veiculado pela Operação Lava Jato, pelas delações de Paulo Roberto Costa e de Alberto Youssef e pelo depoimento da ex-gerente Venina Fonseca, existem somente três explicações, todas conducentes à demissão, imediata e por justa causa, de toda a diretoria da Petrobrás: omissão, incompetência ou conivência. Ou todos os envolvidos (especialmente a presidente Graça Foster) se omitiram em suas obrigações – muitíssimo bem remuneradas, aliás – de investigar e tomar as providências necessárias com os comprovadamente culpados, ou foram incompetentes na contratação e gerenciamento de suas equipes, ou, pior de todas, participaram com conhecimento das falcatruas que estavam sendo cometidas. Cabe à presidente Dilma, que tanto bradou sua não tolerância com a corrupção e sua disposição de punir “doa a quem doer”, tomar as providências cabíveis. Caso não o faça, será por causa das mesmas explicações: omissão, incompetência ou conivência. É questão de lógica!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

BYE BYE, PRÉ-SAL?

(No Estadão impresso, erça-feira, 9.12.2014)
Petróleo cai e Venezuela pede ajuda à Unasul (6/12, A1). Será que o Brasil vai desembolsar o nosso dinheiro para ajudar o "companheiro" Nicolás Maduro? É bem possível. Outro aspecto importante sobre a queda do preço do petróleo é seu impacto no projeto do pré-sal. O governo ainda não se manifestou sobre esse impacto. Todos os técnicos sempre afirmaram que para essa extração ser economicamente viável o preço do barril deveria ser, no mínimo, de US$ 100. Está agora abaixo dos US$ 70. Portanto, todo o oba-oba, toda a discussão sobre como dividir os lucros desse potencial tesouro submerso em águas profundas parece que foi pro espaço. E, além da inviabilidade pelos custos, há o crescente risco de que novas formas de combustíveis mais "limpas" venham a substituir os de origem fóssil, altamente poluentes. Que nos diz a presidente Dilma? Como essa nova situação vai afetar o nosso futuro? E a educação, a saúde e outras áreas que já tinham porcentagens desses ilusórios lucros destinados a elas? Nós, os cidadãos conscientes, aguardamos respostas!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

HERANÇA BENDITA

(No Estadão impresso, quarta-feira, 3.12.2014)
Joaquim Levy indicado por Dilma e Henrique Meirelles indicado por Lula são testemunhos claros da herança bendita que foi a política econômica de FHC e Pedro Malan. Como estão dizendo, na hora do aperto os governos petistas acabam "tucanando". Com essa mudança a presidente tenta salvar o Plano Real, tão prejudicado pela política econômica irresponsável e não confiável de Guido Mantega. Mas outro pilar importante deixado por FHC, a Lei de Responsabilidade Fiscal está sendo seriamente minada pela flexibilização da LDO, por meio do pretendido PLN 36. A oposição não pode ceder, pois abrirá uma brecha para outras "flexibilizações" de leis disciplinadoras da Constituição. Se a receita não aparece, que reduzam os grandes e perdulários gastos feitos para atender a cupinchas e companheiros desempregados. Chega de aparelhamento! Queremos mais competência e eficiência no uso do nosso suado dinheiro!