quinta-feira, 26 de abril de 2018

A SUBTRAÇÃO DA JUSTIÇA

(No Estadão online, quinta-feira, 26.04.2018) 
Jesus Cristo multiplicou os pães para alimentar o povo faminto. Já o nosso ministro Gilmar Mendes está pensando em fazer a subtração das penas aplicadas ao ex-presidente Lula para satisfazer os petistas famintos e agressivos. Sua “grande dúvida” é se corrupção passiva e lavagem de dinheiro são dois ou um só crime. Se for um só, a pena de 12 anos e um mês aplicada a Lula terá de ser reduzida. Minha dúvida é como vão fazer essa divisão. De qualquer forma e qualquer raciocínio, o ex-presidente sai ganhando e o espoliado Brasil perdendo. Vamos multiplicar mais o trabalho e o suor meu povo. Os que estão encastelados no poder estão sempre pensando em como “subtrair” um pouco do peso da Justiça aplicada a eles, tentando justificar perante os que pagam impostos o rombo de suas falcatruas. E assim caminha nossa sofrida Nação!

terça-feira, 24 de abril de 2018

ENRIQUECIMENTO FAMILIAR

No Estadão impresso, quarta-feira, 17.01.2018
Acho que o Ministério Público Federal deveria considerar o enriquecimento familiar de políticos suspeitos de corrupção e não o individual. No caso do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, deveriam incluir o valor do espólio de dona Marisa Letícia e os bens de seus fihos. Será que é compatível o aumento desses durante o período em que ele foi presidente? Não há algo estranho nessa explosão de bens familiares?

VITÓRIA DA IMPUNIDADE

No Estadão impresso, sábado, 24.03.2018
Na Alemanha onde a lei funciona porque é clara, exigente e respeitada o resultado seria 7 x 1 por acabar com a impunidade e manter a segurança jurídica da Nação. Aqui, os discursos são brilhantes mas o resultado ficou em 7 x 4 por manter a impunidade e a insegurança jurídica. A quadrilha e seus líderes estão saltitantes de alegria. Eles ganharam e todo o resto do Brasil perdeu. Lamentável!

MOMENTO HISTÓRICO

No Estadão impresso, quarta-feira, 28.03.2018
MORO NO ‘RODA VIVA’
Excepcional a entrevista do juiz Sergio Moro no programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira. Todas as perguntas formuladas pelos jornalistas foram respondidas com clareza e lógica, demonstrando ter ele um domínio perfeito da legislação aplicada nos processos conduzidos pela Operação Lava Jato. Foi uma verdadeira aula magna sobre essa operação e sua importância para um Brasil mais justo, mais solidário e com menos corrupção, com que sonhamos. Parabéns a todos os envolvidos, por esse momento histórico do nosso telejornalismo.

EMENDA CONSTITUCIONAL

No Estadão impresso, sexta-feira, 6.04.2018
Parabéns às valorosas mulheres que foram o fiel da balança em nossa luta contra a impunidade no Supremo Tribunal, ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber. Em sua homenagem gostaria de sugerir um rascunho de projeto de emenda constitucional (PEC) para que seja ajustado o texto da nossa Carta Magna com as decisões tomadas. Que nessa PEC fique claro que a presunção de inocência se encerra ao se confirmar a condenação do réu no colegiado de segunda instância, e não somente depois de todo o trâmite do processo até ser julgado transitado e de todos os embargos e medidas protelatórias usualmente impetrados por advogados de defesa. Essa fórmula tem sido o caminho da impunidade, acessível apenas para quem dispõe de caixa para contratar ricos causídicos – ou seja, quem desvia valores expressivos de dinheiro público para esse fim, para seu partido e para si. Isso tem de acabar, nossa Constituição tem de nos dar pleno respaldo para termos uma política mais responsável e honesta, não o contrário.

NÃO SÓ ESPERANÇA

No Estadão online, terça-feira, 24.04.2018
O editorial “Mensagens de esperança” (21/4, A3), como sempre perspicaz e objetivo, sobre as recentes manifestações esperançosas e cautelosas do Exército e Igreja Católica, conclui-se com a reafirmação de que a política é o “único mecanismo capaz de superar democraticamente os agudos impasses nacionais”. Concordo, porém acho que nosso jogo político já está desvirtuado para ser um de cartas marcadas sempre em favor do status quo que resulta na reeleição das mesmas panelinhas, dando continuidade à força aos mesmos caciques de sempre. O povo tem se contentado, infelizmente, com o que reza o ditado: “Mudam-se as moscas, mas a m* continua a mesma”. Essa desesperança terá de ser desfeita. E uma forma direta para conseguir isto poderia ser uma intervenção pontual e branda nas opções de candidatos oferecidas ao eleitor. Em vez de só os partidos políticos definirem quem são seus candidatos, que as Forças Armadas e a Igreja, por meio de assembleia formada para tal fim, façam uma triagem prévia dos mais habilitados, preparados e interessados nos cargos em jogo. E que esses escolham o partido com o qual se aproximem mais, para serem apresentados aos eleitores com o aval dessa assembleia. E também seja feita uma completa revisão das plataformas políticas dos partidos, apresentando-as com clareza e objetividade ao eleitor para consubstanciar melhor seu voto. Creio que com estas medidas poderemos ganhar muito para eliminar um dos mais agudos impasses da política nacional. “A esperança é a última que morre”, dizem. Que possamos resolver esses problemas antes que a desesperança nos vença e nossa frágil democracia morra.