sexta-feira, 24 de julho de 2009

QUEM VENDE, QUEM MORRE

(No Estadão impresso, sexta-feira, 24/07/2009)
Mais um relativismo "pai d’égua" de nosso apedeuta-mor ao se referir às mais recentes denúncias contra José Sarney: "Não se pode vender tudo como se fosse um crime de morte. Precisamos saber o tamanho do crime. Uma coisa é você matar, outra é roubar, outra é pedir emprego, outra coisa é relação de influência, outra é lobby." Por essas e outras é que a Justiça no Brasil não funciona. Há muitos em Brasília, começando pelo primeiro mandatário, que estão "vendendo" o futuro do Brasil em benefício próprio (político e/ou financeiro). E, infelizmente, nessa história kafkiana quem acaba "morrendo" são os honestos e pagadores de impostos, obrigados a sustentar as farras com o dinheiro público, justificadas "criminosamente" por quem deveria ser o mais responsável e cumpridor da Constituição. Só nos resta uma palavra: SOCORRO!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

JUSTIÇA? QUE JUSTIÇA?

(No Estadão on-line, segunda-feira, 20/07/2009)
Parece que nossa justiça se esgota nos indiciamentos. Quase todos os dias aparecem notícias sobre figuras destacadas, principalmente políticos e ligadas ao governo, sendo indiciadas. A lista de suspeitas justificando o indiciamento sempre impressiona: corrupção, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, remessa ilegal de divisas, sonegação de impostos, falsidade documental e outras. Aonde chegam todos esses indiciamentos? Ninguém sabe, ninguém viu... O caso do sr. Paulo Maluf é emblemático: quantas vezes foi indiciado? Perdi a conta. Mas sei é que chegou até a sair reprodução de cartão de assinatura de banco suíço (não qualquer banco, mas banco suíço, é bom frisar!) com sua assinatura bem legível, baseado no qual o banco efetuava o movimento da conta. Mas, aqui, isso não é prova. Por alguma razão a justiça "amarelou" nos indiciamentos, e ficou valendo a alegação do próprio de que não possui conta no exterior. E por aí vai nossa cega e capenga senhora Justiça. Indiciamentos ad eternum... aplicação da Lei mesmo, naaada! É de estranhar que o Brasil navegue sempre em mar revolto, cheio de ilegalidades garantidas por uma impunidade que prevalece desde os mais altos escalões do governo? O que Getúlio disse parece que fez escola: "Lei? Ora a lei!". E estamos vendo, com profunda tristeza, que essa escola foi aperfeiçoada pelo deboche: estão mesmo é "se lixando" para os honestos que trabalham e aguentam pesados impostos para sustentar o bando cada vez maior de aproveitadores. Onde estarão nossos estadistas? Onde estarão aqueles que poderiam fazer frente a tudo isso, emulando os exemplos de saudosos líderes como Ruy Barbosa, Carlos Lacerda, Prestes Maia, Faria Lima e outros da mesma estirpe moral? Será que não fazem mais estadistas como antigamente? É uma pena!

terça-feira, 14 de julho de 2009

RECADO DE OBAMA

(No Estadão impresso, terça-feira, 14/07/2009)
O presidente Barack Obama, em discurso na África, deu a seguinte sugestão aos povos locais: "Nenhuma empresa quer investir onde o governo tira 20% de todos os ganhos, ou o chefe dos portos é corrupto. Ninguém quer viver numa sociedade onde a lei é desrespeitada em favor da brutalidade e da compra de favores. Isso não é democracia, isso é tirania, e agora é a hora de acabar com isso." Essa mensagem não cai como uma luva em nosso Brasil (e na maioria dos países do Terceiro Mundo)? Aproveitando a chamada de Obama, não será hora de os homens de bem daqui se unirem para virar o jogo em favor da honestidade e dos bons princípios? 2010 está aí e nossos votos podem fazer a diferença. Por isso conclamo os brasileiros de bem a acordarem para a necessária luta (democrática) por um Brasil melhor!