quarta-feira, 28 de outubro de 2015

DESÂNIMO

(No Estadão online, quarta-feira, 28.10.2015)
Após assistir à entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na segunda-feira (26/10), no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, senti um profundo desânimo quanto ao nosso futuro como nação democrática. FHC deu uma aula sobre a realidade de nosso presidencialismo falido, mas em nenhum momento levantou a bandeira das conquistas de seu governo nem apontou qualquer direção nova e viável para que as forças de oposição possam nos oferecer uma alternativa ao atual desastre governamental e político. Foi acadêmico o tempo todo, dirigindo-se aos jornalistas, e não ao telespectador. Perdeu uma ótima chance de educar um pouco o eleitor que o assistia. E é isso que nos falta para garantir os valores democráticos e sairmos do buraco em que estamos. Muito foi falado, mas o mais importante foi esquecido: a importância de eleitores mais conscientes da força e da importância de seu voto. Enquanto o povo for omisso e ignorante, e se vender como massa de manobra, votando por obrigação e sem exigir melhores propostas de partidos e seus candidatos, nada se conseguirá. E os inescrupulosos continuarão conquistando cargos públicos por meio de mentiras e promessas não viáveis. Por favor, FHC, precisamos de mais estadistas que eduquem o eleitor e de menos intelectuais que pontifiquem acima de sua compreensão. Sem isso, dificilmente salvaremos nossa claudicante democracia.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

ORGULHO DE QUÊ?

(No Estadão impresso, sexta-feira, 23.10.2015)
LULOPETISMO
O ex-presidente Lula pediu aos militantes que voltem a ter orgulho do PT. Orgulho de quê? De ter detonado a Petrobrás, mentido aos brasileiros para ganhar eleição, manipulado as contas do Orçamento nacional para contornar criminosamente a Lei de Responsabilidade Fiscal? De ter deixado a educação, a saúde e a segurança do Brasil caírem a seus níveis mais baixos? De deixar a inflação voltar a destruir nosso poder aquisitivo e o real se desvalorizar ao pior patamar das últimas décadas? Enfim, de nos desgovernar com tal incompetência que logo não caberemos mais no Brics e passaremos a fazer parte do Cabbev: Cuba, Argentina, Brasil, Bolívia, Equador e Venezuela? Os governos petistas só nos deram vergonha, não orgulho. Fora, incomPeTência! Que venha logo um governo sério, que pense no Brasil, e não só na perpetuação no poder!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

RESPONSABILIDADE É PRECISO

(No Estadão online, quinta-feira, 22.10.2015)
Na segunda-feira (19/10) o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, lamentou “que seja de um governo brasileiro o maior escândalo de corrupção do mundo”. No dia seguinte (20/10), a presidente Dilma retrucou dizendo que seu governo “não está envolvido em nenhum esquema de corrupção. São pessoas que praticaram corrupção e elas estão presas”. Senhora presidente, as pessoas pegas e respondendo pelos seus atos no petrolão e na Operação Lava Jato, na grande maioria, não foram indicadas pelo seu governo e seus ministros? Se tivessem realizado importantes obras, estas não seriam realizações de seu governo? Seu argumento, tentando isentar-se de culpa, é o mesmo de um ladrão de galinhas, pego em flagrante, declarando que ele não rouba, são seus braços que estão roubando. Um pouco mais de lógica e bom senso, faça-nos o favor!

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A FORÇA DO EXEMPLO

(No Estadão impresso, A3, 19.10.2015)
OPOSIÇÃO
A presidente Dilma vociferou: “Quem tem força moral, reputação ilibada para atacar minha honra? Quem?”. Creio que a resposta da oposição deveria ser: “Não tem nada que ver com honra, sra. presidente. São os fatos e o desprezo pelas leis da República que estão sendo questionados. Tentar desmerecer quem aponta objetivamente suas transgressões e seus conflitos com a Constituição não passa de velhacaria na tentativa de iludir os brasileiros. Não pode ser levado a sério. Nossas leis devem ser respeitadas, especialmente por quem assumiu a responsabilidade inerente ao cargo máximo do governo nacional!”. Será que um dia vamos ter uma oposição atuante e firme na manifestação dessa exigência? Rezemos!

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O JOGO VAI CONTINUAR

(No Estadão online, sexta-feira, 16.10.2015)
No Brasil, “país do faz de conta”, quem faz as contas (a pagar) é o cidadão honesto e trabalhador. Os políticos e governantes só pensam em fazer o jogo do faz de conta para continuarem recheando suas contas bancárias (no Brasil e no exterior) à custa do trabalho alheio. O voto obrigatório e não distrital é a garantia de que o jogo deles vai continuar. E o povo, coitado, sempre sofrendo essa síndrome como única opção. Só Deus sabe até quando aguentará tantas mentiras e tanta enganação!

domingo, 11 de outubro de 2015

JOGO DAS CADEIRAS

(No Estadão online, domingo, 11.10.2015)
Trinta e nove ministérios viraram trinta e um. Saiu ministro, entrou ministro, houve fusão de ministérios e estão chamando isso de “reforma”. Ninguém sabe o que fez o ministro quando atuou no ministério; ninguém falou por que saiu. Os que foram nomeados, ninguém sabe quais suas qualificações além do partido ao qual pertence. E assim segue o entra e sai de pessoas para acomodar interesses meramente políticos. Quanto aos interesses do Brasil e dos brasileiros que, com sacrifício, pagam a conta, nada se fala. “Governabilidade” é a desculpa dada, mas sabemos que manter o poder e as ricas benesses é a verdadeira razão. E assim continuamos assistindo a este vergonhoso “jogo das cadeiras”, que só atende à politicagem rasteira, e nunca ao Brasil. A luz do fim do túnel, desse jeito, fica cada vez mais longe.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

PORTEIRA FECHADA

(No Estadão online, sexta-feira, 9.10.2015)
Por que será que os novos ministros, ao assumirem no governo Dilma, manifestaram o desejo de ter o ministério com “porteira fechada”? Será que estão sendo nomeados “pro forma”, sem a liberdade de trocar os funcionários indicados pelo PT? Ou seja, Dilma quer trocar o titular e manter os “cumpanheiros” garantidos em seus cargos. Assim, temos uma mudança de “brincadeira”. Uma pergunta que todos os que trabalham e pagam o funcionalismo público devem fazer é: onde está o critério de competência, habilitação e real necessidade do funcionário contratado? A verdade é que o Brasil virou uma grande casa de mãe Joana, onde os que se apossaram do poder (fazendo “o diabo”) se acham no direito de aparelhar e inchar a máquina pública com cupinchas, militantes, parentes e amigos, sem se preocupar com mérito ou competência. E o trabalhador que fique quieto e pague a cada vez mais pesada conta. Até quando?

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

LEILÃO

(No Estadão online, sexta-feira, 2.10.2015)
Neste leilão em que se tornou a política brasileira, não há lances nas reformas necessárias, na competência, ou na cobrança de boa e honesta administração do bem público. Só se pensa em manter o poder e controlar as polpudas benesses para privilegiados amigos da rainha. O artigo sendo “leiloado” no momento é impedir o impeachment da presidente. Última oferta? Seis ministérios. Dou-lhe uma, dou-lhe duas... vendido. E o povo trabalhador, cada vez mais estarrecido, que continue sofrendo para pagar as contas deste “leilão” de um Brasil cada vez mais explorado e depreciado.