sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

CARNAVAL NÃO É ISSO

(No Estadão online, quinta-feira, 23.02.2012)
Muita festa, muita alegria até a apuração. Depois o quebra-quebra e a falta de educação. A quarta-feira será mesmo de cinzas: as cinzas do carro-alegórico queimado pelos vândalos. Nem São Paulo nem o rei Momo mereciam isso.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

CÍRCULO VICIOSO

(No Estadão impresso, terça-feira, 21.02.2012)
Altamente preocupante a manchete Infraestrutura precária eleva custo logístico em R$17 bi para indústria (20/2, B1). O brasileiro paga impostos dos mais altos do mundo, quase 38% do PIB, e muito desse dinheiro se perde pela ineficiência e corrupção dos órgãos públicos supostamente responsáveis por sua aplicação. Assim, pouco sobra para investimento em estradas, portos, ferrovias, hidrovias, etc., ficando o transporte e escoamento da produção nacional em estado progressivamente lastimável de abandono. Nesse conjunto, só as estradas privatizadas se salvam. Assim o Brasil perde em todos os sentidos. Os que trabalham e produzem são sobrecarregados por alta carga tributária. Nossos produtos ficam mais caros e não conseguem competir com os importados. As indústrias brasileiras se encolhem ou vão à falência, reduzindo empregos. E o governo, para atender à massa crescente de desempregados da indústria, terá de aumentar impostos e reforçar os programas sociais. Ou seja, estamos enfrentando um círculo vicioso dos mais sérios, que só poderá ser rompido se houver mais honestidade, eficiência e bom gerenciamento do dinheiro público. A corrupção, o corporativismo, o nepotismo e o apadrinhamento políticos são como as saúvas da história: ou acabamos com elas ou elas acabarão com o Brasil. Algo terá de ser feito, o Brasil em que viverão nossos filhos e netos não pode esperar!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

PETROBRÁS MANIPULADA

(No Estadão online, quarta-feira, 15.02.2012)
O que devem estar pensando os acionistas da Petrobrás, ao saber que nossa gasolina, apesar de ser uma das mais caras do mundo, teve seu preço mantido artificialmente baixo e terá de sofrer reajuste logo, conforme declarou seu ex-presidente Sérgio Gabrielli? E qual a razão disso? De um lado, o governo ter usado o preço da gasolina para controlar a pressão inflacionária; e de outro, por essa estatal ter se transformado num rico cabide de empregos para "companheiros", com folha de pagamento aumentando em 49%, só no último ano. Nessa situação, dá para comprar ações da empresa? Acho que só se arriscarão os incautos ou os que têm acesso a informações privilegiadas (inside information). Por essas e outras, nossa Bolsa de Valores se enfraquece cada vez mais, se tornando uma "banca de cassino", onde o acionista comum corre riscos, enquanto governo e "amigos do poder" ganham. Será essa a forma petista de enfraquecer o capitalismo de mercado? Parece que sim!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

NOVILÍNGUA

(No Estadão online, domingo, 12.02.2012)
Privatização não é privatização, é concessão. Caixa 2 não é caixa 2, é recurso não contabilizado. Corrupção não é corrupção, é malfeito. Lucro dos bancos? Ah, isso depende: se for em governo petista, é economia exuberante, com o PSDB, capitalismo selvagem. E assim vai para o brejo nossa "lógica semântica", esmagada pela demagogia e pelo populismo vigentes nos últimos nove anos!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

DEFESA DE CONQUISTAS

(No Estadão online, quinta-feira, 9.02.2012)
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nos recomenda Crer e perseverar (5/2, A2). O que nós, os eleitores do PSDB, gostaríamos é que ele, José Serra e demais caciques, desse atualmente fracionado partido, defendessem com mais afinco as conquistas realizadas com tanto sacrifício em seus mandatos: Plano Real, Lei da Responsabilidade Fiscal e, principalmente, as privatizações. Infelizmente, em suas campanhas, essa defesa praticamente inexistiu, o que possibilitou sr. Lula e seus comandados fixarem na mente do povão uma "herança maldita" (sic) supostamente recebida por ele. Em vez de crer e perseverar, queremos é mais ânimo na defesa do que foi realizado. Agora que o PT está dando as cartas e alcançando uma crescente hegemonia política, está cada vez mais difícil "crer", e, muito menos, "perseverar"!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

ABELHA RAINHA

(No Estadão online, sexta-feira, 3.02.2012)
Em novembro de 1989 o Muro de Berlim caiu e a ilusão do regime comunista desmoronou. A diferença brutal entre a Alemanha Ocidental e a Oriental ficou escancarada e foi, com muito esforço, que os alemães conseguiram a desejada integração econômica e social. Até a China entendeu essa lição e passou a praticar um regime de capitalismo centralizado. Só restou um núcleo insistente de comunismo: o de Cuba, com longeva ditadura dos irmãos Castro. Talvez por isto é que todos os líderes da esquerda (ainda iludida) correm para aquela ilha, tomar a bênção de seu carismático ditador. Ouvi dizer que Fidel Castro é como a "abelha rainha" que sustenta o que resta da colmeia. E na sua falta, esta desfar-se-á. Será que um dia o "Muro de Berlim" também vai cair nessa ilha caribenha? Então, para onde voarão os "zangões"?

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

MAMATA

(No Estadão online, quarta-feira, 1.02.2012)
Ao ler no Estadão online que 94% dos vereadores da Câmara de São Paulo quer se reeleger este ano, me veio, mais uma vez, a certeza de que eles têm uma bela "mamata". E não deveria ser assim. Em muitos países ricos, o cidadão equivalente ao nosso vereador se oferece para trabalhar algumas horas por semana, voluntariamente, pelo bem da comunidade. Consideram como síndicos cuidando da administração de prédios aonde moram. O serviço público deveria ser uma oportunidade do cidadão oferecer cota de sacrifício pelo bem da sociedade. Infelizmente, no Brasil, a grande maioria de quem entra na política o faz para ficar rico, e arrumar "bocas" para familiares, amigos e militantes. Raríssimos são os que visam o bem comum. Enquanto prevalecer essa mentalidade, o Brasil vai continuar no Terceiro Mundo, com trabalhadores produtivos e honestos pagando pesados impostos, vendo pouco retorno em benefícios públicos. Será que um dia isso vai mudar?