quarta-feira, 31 de agosto de 2011

NOVA CPMF, NÃO!

(No Estadão impresso, quarta-feira, 31.08.2011)
Se o governo, via Ministério Público, polícias e Judiciário, fizesse uma faxina em regra contra a corrupção, com as devidas prisões e punições, sobraria dinheiro para os tão necessários investimentos em saúde, transporte, segurança, educação, Copa do Mundo, Olimpíada, etc. Não seria preciso criar impostos, como a pretendida nova CPMF. O trabalhador brasileiro já paga muito (38% do PIB) e mal consegue equilibrar o seu orçamento. Não é justo exigir mais enquanto cifras enormes são desviadas por meio de companhias e ONGs de fachada para amigos da "corte". Chega de abusar da boa vontade do povo, vamos gritar bem alto, pela internet e por todos os meios ao nosso alcance: Nova CPMF, não! Cadê o dinheiro da corrupção?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

ESCAPOU PELO LADRÃO?

(No Estadão online e Diário de S. Paulo, terça-feira, 30.08.2011)
A Prefeitura de São Paulo vem sofrendo fraude através de pagamentos de taxas forjados há 17 anos. Nesse período tivemos as administrações de Maluf, Pitta, Marta, Serra e Kassab e nenhuma soube de nada. Que será que aconteceu? Deu um branco no Tribunal de Contas do Município, ou será que os prováveis R$ 100 milhões simplesmente escoaram pelo ladrão da fraquíssima máquina pública municipal? Infelizmente, no Brasil, a primeira coisa que faz o político eleito é arrumar "bocas" para parentes, amigos, militantes e agregados, independente da qualificação necessária para o cargo. Assim, na baderna administrativa resultante, tudo é possível, até "desaparecerem" alguns milhões antes de chegarem no Tesouro. E agora que foi descoberto o desvio, sabe quando veremos o dinheiro devolvido ou os envolvidos na cadeia? No "Dia de São Nunca" é o mais provável. Mas, para eles, não importa; os munícipes que continuem pagando os altíssimos impostos para sustentar toda essa incompetência!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

COMPLACENTE COM A CORRUPÇÃO

(No Estadão online, sexta-feira, 26.08.2011)
É uma irresponsabilidade a complacência com a corrupção demonstrada pelo governador Jaques Wagner ao afirmar que erigir como bandeira seu combate seria um "desserviço" ao País (25/8, A3). Qualquer um em cargo de gerência, administração ou liderança sabe que se deve exigir o máximo para conseguir um pouco menos, havendo sempre uma degradação no resultado desejado. Assim, quando um governador dá sinais de tolerar atos ilícitos e contrários às leis e à Constituição, argumentando ser comum, ou ocorrer no mundo todo, é como dizer a todos que o desvio de dinheiro público é aceitável desde que dentro de limites. Isso não pode continuar! Devemos exigir de nossos governantes mais responsabilidade e respeito às leis. Com a atitude do sr. Wagner não é de se admirar que a corrupção continue se espalhando; e os honestos sofrendo na senzala de altos impostos, enquanto os donos do poder impunemente se festejam na casa grande!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

EM RITMO DE FAXINA

(No Globo, RJ e Folha de S. Paulo online, sexta-feira, 19.08.2011)
Wagner Rossi é o quarto ministro a deixar o governo Dilma, em oito meses. É o mais recente que caiu no "turbilhão de denúncias", conforme descrição do deputado Marco Maia. O PT declarou que essa rotatividade não atinge a presidente Dilma. Já quanto a todos os demais brasileiros não se pode dizer o mesmo. Só para exemplificar, o deputado Mendes Ribeiro, indicado para o lugar de Rossi, declarou que vai tentar aprender com seu antecessor. Ou seja, vamos ter de esperar por resultados enquanto ele busca o caminho das pedras. E assim vai nosso Brasil com essas nomeações políticas prejudicando a competência e o planejamento de setores críticos como a agricultura. E o jogo das cadeiras continuará, sob o olhar da presidente, até a música parar nas próximas denúncias. Quem será o próximo ministro a ficar de fora nesse jogo da politicagem menor?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

PRINCÍPIOS REPUBLICANOS

(No Estadão online, terça-feira, 16.08.2011)
Excelente e esclarecedor o artigo do prof. Denis Rosenfield (A2,15/8). Acho, porém, que os princípios republicanos de uma nação começam com leis melhores e com vergonha na cara de seus políticos e governantes. No Japão, por exemplo, político pego em corrupção é levado pelas tradições a cometer harakiri diante das câmeras. Na China, todos entendem e aprovam que certos crimes sejam punidos com um tiro na nuca, e o custo da bala cobrado da família do criminoso. Em obra que li recentemente sobre o Afeganistão (Caravans de James A. Michener), o personagem da Embaixada Americana manifestou seu repúdio quando um simples larápio fora punido, em praça pública, com o decepar da mão direita. A resposta do líder local foi emblemática: reconheceu que a punição fora muito pesada, mas, "só assim, todos os demais cidadãos entenderiam que devem respeitar a lei e não roubar". Ou seja, confirma a sabedoria milenar, dura lex sed lex, (a lei só é respeitada quando é forte e claramente aplicada). Enquanto não cultuarmos leis melhores iguais para todos, consciência de culpa e vergonha na cara dos responsáveis, não tem jeito: continuaremos sendo o "reino" da corrupção, do jeitinho, das maracutaias e mutretas e, na anarquia de falta de Justiça, os espertos e inescrupulosos continuarão acumulando riqueza ilícita enquanto o trabalhador/contribuinte sustenta a "festa" de amigos do rei (ou da rainha). No meu entender, são essas as bases sine qua non de uma nação justa e igualitária, onde seria garantido o progresso pelo trabalho honesto, riqueza e felicidade relativa para todos. Será que um dia chegaremos lá?

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SELEÇÃO CANARINHO

(No Folha de S. Paulo e Estadão online, sexta-feira, 12.08.2011)
A seleção canarinho demonstrou, mais uma vez, que sofre de falta de entrosamento e de equipe, e peca por excesso de individualismo (Esporte, 11/8). Para tentar sanar isso, quero sugerir a seguinte ideia: montar duas seleções, A e B, cada uma com seu técnico e atuando independentemente uma da outra (temos uma fartura de craques que permite esse luxo). Programar amistosos entre elas e, após cada jogo, determinar por meio de pontuação o desempenho dos técnicos e jogadores.Periodicamente seriam feitas reuniões por comissão técnica imparcial para avaliar resultados e orientar pequenas mudanças nas equipes. Dessa forma, teríamos dois grupos de craques se esforçando para alcançar um melhor entrosamento e resultado, para se manter ou chegar à seleção A.Não vejo futuro em torneios internacionais, especialmente na Copa do Mundo, se continuarmos com convocações de última hora e montagem da equipe por critérios individuais. Chega de convocações espúrias e surpreendentes, formando times que apresentam futebol bonito no individual mas ineficaz no coletivo!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

TURBILHÃO DE DENÚNCIAS

(No O Globo, RJ, quarta-feira, 10.08.2011 e Estadão online, 12.08.2011)
O deputado Marco Maia, presidente da Câmara, se disse preocupado "porque há um turbilhão de denúncias (de corrupção); começou nos Transportes, teve na Agricultura e agora no Turismo". É, sr. Maia, o senhor está preocupado com esse "turbilhão" pelo efeito de paralisar o governo Dilma. Nós, os contribuintes, porém, estamos preocupados é com a tsunami das elevadas contas públicas que nos atingem, fruto do desvio de nosso dinheiro para os bolsos da "cumpanheirada". Infelizmente, até agora, as denúncias não deram em nada além de demissão de umas dezenas de peixes pequenos, enquanto que nada voltou da grana surrupiada ao Tesouro. Ou seja, as denúncias sempre se esvaziam, enquanto a tsunami de contas públicas continua nos afogando.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

AMORIM OU AMORIM

(Na Folha (6/08) e no Estadão online, segunda-feira, 8.08.2011)
Lula afirmou em Bogotá: "Não cabe aos militares gostar ou não gostar de uma indicação da presidente da República". Essa opinião me faz lembrar Henry Ford que dizia que o consumidor podia escolher qualquer cor para seus carros, contanto que fosse preto. Assim, para o ex-presidente (e a atual que aceita), as Forças Armadas não têm escolha, ou é Amorim ou é Amorim, fim de papo! Cadê a civilidade democrática? Cadê o diálogo saudável entre Poderes? Não é de admirar a alta rotatividade do atual ministério!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

CADÊ O PLANEJAMENTO?

(No Diário de S. Paulo 2.08.2011 e Estadão online, quarta-feira, 3.08.2011)
No sorteio das Eliminatórias do Mundial de 2014, a presidente Dilma disse que "o mundo encontrará um Brasil muito bem preparado para a Copa do Mundo, cumprindo todas as metas estabelecidas para receber o evento". Belas palavras sra. presidente, mas cadê o planejamento global e por setores? Não podemos seguir em frente, com qualquer grau de segurança, se não tivermos um cronograma físico e financeiro, além de pessoas sérias e competentes designadas como responsáveis pelo atingimento de metas. Até agora só temos tido discursos e intenções jogadas de forma improvisada. Enquanto não amarrarmos tudo, estaremos navegando no escuro com risco de chegarmos nos "finalmentes" de forma atropelada e com os "quebra-galhos" de costume, com baixa qualidade e custos muito acima dos normais. Infelizmente, nossos administradores públicos estão acostumados a "criar dificuldade para vender facilidade", causando desnecessária burocracia e lentidão no andamento de projetos do governo. A Copa do Mundo é importante demais para aceitarmos isso. Planejamento sério, gerenciamento eficiente e responsabilização rigorosa em todos os projetos são essenciais para que estejamos, de fato, preparados na festa de abertura da Copa em junho de 2014. Palavras só não bastam!