terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

PREMIO DESRESPEITADO

(No Estadão online, terça-feira, 21.02.2017)
Deveriam avisar ao escritor Raduan Nassar que o Prêmio Camões, no valor de 100 mil euros, teve de ser retido por necessidade maior em "pedalada" e "contabilidade criativa", seguindo exemplo do governo Dilma Rousseff. Com 12 milhões de trabalhadores desempregados atualmente, sofrendo necessidades provocadas pelas desastradas políticas econômicas dos governos petistas, não seria justo tal desembolso. Somente após feito todo o ajuste necessário para pôr as contas nacionais em ordem e dar condições ao retorno do emprego. Que ele, como petista convicto e fanático, entenda que a prioridade deve ser o trabalhador, propiciando-lhe mais emprego, e não a oferta de prêmio não devidamente apreciado ou respeitado.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

A IMPORTÂNCIA DE UM PARADIGMA

(No Estadão online, terça-feira, 07.02.2017)
No “Dicionário Houaiss” o termo paradigma consta como sendo “um exemplo que serve como modelo; padrão (...)”. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deveria se posicionar como um importante paradigma de bom e responsável governante de nosso passado recente. Suas conquistas foram marcantes: Plano Real, Lei de Responsabilidade Fiscal e privatizações, com suas respectivas agências reguladoras para controlar abusos de empresas privadas ao assumirem áreas essenciais de nossa economia, e muitas outras. Infelizmente, não tem sido assim. Desde que passou a faixa presidencial ao sr. Lula da Silva, FHC só tem se eximido desse importante papel de ser nosso paradigma. Vejamos. Aceitou passivamente a crítica de que deixou uma “herança maldita” para Lula, sem defender seu governo nem contra-atacar na defesa de campanhas do PSDB (a de José Serra, por exemplo). Tem tratado Lula com toda deferência e gentileza, apesar de suas constantes críticas. Agora foi levar um abraço a Lula no velório de dona Marisa Letícia, ao mesmo tempo que dois dias depois tem artigo seu publicado no “Estadão” (“Ainda há razões para sonhar”, 5/2, A2) em que afirma que “os governos petistas jogaram uma nuvem de ilusões no País por uma década e tacharam muito do que era sensato como ‘neoliberalismo’, uma doença que atacaria os interesses do povo e dos trabalhadores”. E mais adiante: “A Lava Jato pode vir a estimular uma revolução em nossas práticas. Tomara seja o início de uma mudança cultural”. E o seu papel como exemplo de contraste, sr. Fernando Henrique? Não seria o caso de se posicionar melhor diante de Lula e seu grupo de “petralhas” que tantos males causaram ao Brasil e que deixaram esta situação calamitosa em que nos encontramos? Ou está tudo bem, com abracinhos e afagos ao capo Lula da Silva? O sr. é um importante paradigma de nossa história. Mas está se portando como se suas conquistas e todo o sacrifício imposto ao povo na época pouco valeram. Não é assim que se consegue firmar uma mudança cultural e a educação política do povo!