segunda-feira, 31 de outubro de 2016

REFORMAS JÁ!

(No Estadão online, segunda-feira, 31.10.2016)
O ex-ministro Rubens Ricupero afirmou que, “sem as reformas, vamos caminhar para uma crise fatal”. Creio que isso seja verdade. Precisamos de uma reforma completa para tornar mais saudável o tecido institucional da República, começando pela eliminação dos direitos abusivos que a classe política tem votado em benefício próprio. Se a Constituição deixa claro que todos devem ser iguais perante a lei, não é justo que uns se julguem mais iguais que os outros. A reforma tem de ser profunda, abrangente e transparente, atingindo todos os setores. Alguns aspectos devem ser prioritários, no meu entender: recuperar a consciência da importância dos “deveres” que antecedem e dão base aos direitos do cidadão; dar mais importância à responsabilidade, que deve ser maior quanto mais alto o cargo (por que celas especiais para diplomados em curso superior? Os que conseguiram um diploma devem ter mais noção da lei, portanto, devem ser punidos com mais, e não menos rigor); limitar o número de deputados, senadores, vereadores, e suas assessorias, para tornar do governo mais enxuto e eficiente; deixar claro que a carreira política é uma de sacrifício pelo bem coletivo, como síndico de prédio, e não uma que garanta a riqueza de si, familiares e cupinchas; valorizar professores, melhorar escolas e dar prioridade máxima à formação de uma nova geração de cidadãos honestos, responsáveis e bem preparados para se tornarem líderes de um novo Brasil; passar leis que controlem a corrupção e acabem com a impunidade; pensar mais no Brasil de nossos netos, e não no Brasil como fonte de riqueza para os que chegam ao poder. A verdade é que todos querem um Brasil melhor, mas poucos se dispõem a dar sua cota de sacrifício para a melhoria de nossa nação. Cristo Jesus deixou claro que “a quem muito foi dado muito será exigido”. Se não atendermos a isso enquanto estamos por aqui, seremos julgados e condenados quando chegarmos lá. Portanto, que sejam feitas reformas completas já!

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

DILMA RÉ

(No Estadão online, quinta-feira, 27.10.2016)
Mais uma vergonhosa herança: a ex-presidente Dilma Rousseff foi citada oficialmente e agora é ré em ação movida por investidores norte-americanos contra a Petrobrás e dirigentes. Esta ação está sendo conduzida pelo escritório de advocacia Labaton Sucharow, de Providence, Rhode Island, EUA, onde corre o caso. Infelizmente, para nossa "ex-presidenta", lá a Justiça funciona.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

ESTUPEFATO E ESTARRECIDO

(No Estadão online, terça-feira, 25.10.2016)
Estupefação e estarrecimento são as sensações que tive ao ler o editorial “Os catedráticos em bandalheira” (23/10, A3). É de estarrecer qualquer um ficar sabendo que o ex-presidente Lula pensa (como provavelmente muitos outros petistas) que um governo de coalizão só funciona na base da compra de votos dos representantes no Congresso, ou seja, com desvio de dinheiro público para dobrar convicções pessoais. O mesmo pode-se dizer dos argumentos do ex-ministro Eugênio Aragão, que defende a corrupção como “tolerável” e, em certos aspectos, “positiva”. E por aí vai a apologia da corrupção, que chega a ser justificada como sendo “um problema estrutural simples”, e não um problema moral. Seguindo o pensamento desses “catedráticos de botequim”, deveríamos mudar radicalmente nossas leis. Não valeria mais o valor das ideias e dos projetos apresentados. Valeria, sim, quanto de dinheiro é necessário distribuir para que estes prosperem. Ou seja, quem tem dinheiro para distribuir consegue fazer vingar os seus. Quem não tem, mesmo tendo projetos melhores, não consegue. Teríamos, por tanto, não um governo de coalizão pela inteligência e bom senso no interesse da Nação, mas um governo de imposição pela força pecuniária no interesse dos que estão no poder. É ou não é de deixar qualquer um estupefato saber que pessoas que comandaram os destinos da Nação pensam ser normal, e até necessário, usar o vil metal para comprar a consciência dos que nos representam? Parece que o Apocalipse chegou mesmo. Quando será que conseguiremos separar o joio do trigo em nossa tão desvirtuada política?

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

PERGUNTA CRUCIAL

(No Estadão online, quinta-feira, 20.10.2016)
Ao ser preso, será que Eduardo Cunha levou consigo talões de cheques das contas que ele diz "não" ter no exterior? Se ele esqueceu, como será que vai pagar os advogados "top de linha" contratados para defendê-lo? Ou será que alguma empreiteira bondosa vai assumir esse custo?

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A VACA EM VERSO E PROSA

(No Estadão online, quarta-feira, 19.10.2016)
Houve época em que a vaca era louca. Na Índia, ela é sempre sagrada. Mas aqui, no Brasil, nossos políticos não dormem de touca, lavam dinheiro com vaca superfaturada.

CONFRONTO À VISTA

(No Estadão impresso, quarta-feira, 19.10.2016)
CORRUPÇÃO
De um lado caminha destemidamente a Justiça, com o juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato. No meio, duas figuras de destaque: o empresário e bilionário sr. Emílio Odebrecht, que diz, em delação premiada, que pode ser obrigado a usar tornozeleira, mas “coloca Lula na cadeia”, e o próprio três vezes réu. No outro lado, em defesa de Lula armam-se CUT, MST e, de acordo com Dilma Rousseff, os companheiros bolivarianos de Venezuela, Equador e Bolívia, ameaçando invadir Curitiba. Temos um confronto armado à vista. Qual força vencerá, a lei ou a baderna?

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A GRANDE DIFERENÇA

(No Estadão online, segunda-feira, 17.10.2016)
Enquanto nações ricas incentivam o trabalho, a eficiência, a criatividade, a produtividade e a criação de riqueza, pagando bem conforme a qualificação acadêmica, tecnológica e o mérito da pessoa, países pobres invertem essa fórmula pagando melhor as categorias burocráticas que não geram riqueza. O Brasil é um caso típico: "Das dez categorias mais bem pagas, seis são do serviço público" (manchete do "Estadão" de 10/10). Quando vamos entender que as categorias que produzem riqueza são as que pagam os impostos que sustentam as categorias burocráticas do serviço público, e que elas têm de ser incentivadas com ganhos maiores, pois assumem os riscos que acompanham o empreendedorismo? Aqui, quem assume os riscos do progresso é prejudicado por uma grande e complexa burocracia, tendo de arcar com pesados impostos. Os que puxam o verdadeiro progresso e riqueza, os do setor privado, têm como "sócio" o governo, que só ganha sem assumir quaisquer riscos. Dá para entender por que os que são empreendedores fogem daqui e buscam países que os incentivam? Nossa riqueza vem da exportação de matérias-primas, minérios, café, soja, cacau, etc., e importamos bens com valor agregado nos quais essas matérias-primas foram usadas. Exemplos é o nosso cacau que vai para a Suíça e para a Bélgica, voltando como chocolates finos com bons lucros... para eles. Só seremos ricos quando incentivarmos melhor quem produz riqueza com menos carga tributária e peso burocrático. O funcionalismo público deve servir de apoio aos que nos trazem riqueza, e não de estorvo que desincentiva e prejudica os que desejam ficar ricos honestamente e por mérito. Um teto nos gastos do governo não é suficiente. Teremos de reduzir muito os atuais abusos de certas categorias, pois do jeito que está ficaremos cada vez mais atrasados em relação ao Primeiro Mundo. Disso depende o Brasil que queremos deixar para nossas futuras gerações.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

"NINGUÉM GANHOU" - L.F.Veríssimo

(No Estadão online, sexta-feira, 14.10.2016)
Gostaria de perguntar ao jornalista sr. Luis Fernando Veríssimo (“Ninguém ganhou”, 13/10, C8) por que ele acha que equilibrar as contas do governo significa austeridade e “irresponsabilidade social”? Se o governo não tem suas contas em ordem, como foi o caso no governo Dilma, está prejudicando a credibilidade da Nação e causando atraso na economia. Isso tem efeito direto nos programas sociais, provocando desemprego e inflação. O que não funcionou no Brasil não foi “a receita do capital financeiro”, e, sim, a grande roubalheira cometida pelo Partido dos Trabalhadores (PT) nas estatais e nos fundos controlados pelo governo no intuito de garantir sua hegemonia no poder. O governo Temer, felizmente, está tentando corrigir todo esse descontrole que afundou o Brasil na grande recessão em que se encontra. Isso, sim, é a verdadeira responsabilidade social, pois tem o sentido de cortar a inflação, impulsionar a economia e trazer de volta os empregos perdidos.

domingo, 9 de outubro de 2016

FATIAR NÃO É A SOLUÇÃO

(No Estadão online, domingo, 9.10.2016)
No Brasil, antes da Operação Lava Jato e do juiz Sérgio Moro, a corrupção era tolerada por todos os partidos por ser o meio de sustentar os altos custos de campanhas eleitorais e da cobiça de seus políticos. Agora, que os esquemas escusos estão sendo cada vez mais desvendados por investigações e delações, o volume de “sujeira” se tornou tão grande que passou a ser inadministrável. Tanto que o Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu “fatiar” esse processo. Mas fatiar só não adianta. Devemos resolver o problema em sua raiz. O custo de campanhas poderia ser bem menor com o voto distrital. Os princípios éticos e morais de partidos políticos poderiam ser aprimorados com uma triagem limitando o seu número. Para isso, bastaria exigir conceitos mais claros de cada um, com plataforma bem detalhada e consistente. Fidelidade partidária rigorosa: para político mudar de partido, perderia seu mandato e não poderia participar da próxima eleição. Todos os partidos de aluguel e oportunistas que não preencherem os critérios deixariam de receber do Fundo Partidário e não participariam do tempo de horário gratuito na televisão. Deveria ser obrigatória a plena divulgação das plataformas políticas e propostas de candidatos a todos os eleitores, por meio de impresso, pela mídia e pela internet. Fatiar não é a solução, uma reforma política séria e abrangente, sim!

sábado, 8 de outubro de 2016

CARTA NO ESTADÃO COM REFERÊNCIA A MIM

(No Estadão impresso, sábado, 8.10.2016)
Aposentadoria compulsória
Triste ler a carta de 5/10 do leitor sr. Silvano Corrêa (mero mortal), que trabalhou a vida toda para ganhar aquela “fortuna”. Em contrapartida, um desembargador (semideus) que se vende ao crime organizado tem como pena máxima aposentadoria compulsória com R$ 40 mil por mês. Brasil, um país de poucos!
JORGE VINICIUS SILVA FERREIRA
São Paulo, SP

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

APOSENTADORIAS INJUSTAS

(No Estadão impresso, quarta-feira, 5.10.2016)
Estou chegando aos 78 anos de idade. Sou formado em Economia (1962) e sempre trabalhei em empresas do setor privado. Recolhi rigorosamente em dia ao INSS pelo teto por 37 anos e hoje recebo a “fortuna” mensal de R$ 2.765,61 – pouco mais de três salários mínimos. Não fossem rendimentos de bens de herança, estaria passando fome e lutando para sobreviver. Realmente, é de deixar qualquer um indignado ler que a aposentadoria parlamentar é 7,5 vezes maior que a do INSS. O brasileiro do setor privado, que trabalha, produz, cria riqueza, leva o Brasil nas costas e sustenta essa máquina pública, inchada para acomodar todos os cupinchas de políticos, recebe uma miséria ao se aposentar depois de 35 anos, enquanto os seus “representantes” (?) votaram em benefício próprio aposentadorias nababescas após somente dois mandatos, ou oito anos! E ainda têm o cinismo de fazer propaganda de que o Brasil é um país de todos! Olhando melhor e enxergando bem a realidade, esse “todos” é composto de uma grande maioria de trouxas que contribuem muito tempo para se aposentar miseravelmente e uma privilegiada minoria que vive à custa da maioria e tem sua velhice garantida por polpuda remuneração além de muitas outras benesses. É ou não uma grande injustiça?