domingo, 27 de novembro de 2016

SABEDORIA

(No Estadão online, domingo, 27.11.2016)
O Brasil precisaria refletir muito sobre a seguinte sabedoria milenar da obra clássica “O Bhagavadgita”. Ela nos mostra o caminho superior de sacrifício que devemos trilhar para sair da lama ética, moral e de bons costumes atual. Diz o Senhor a Arjuna: “Há muito tempo o Senhor dos homens reuniu pessoas dispostas ao sacrifício e disse: ‘Por esse meio vocês se multiplicarão; que seja essa a fonte de sua abundância. Agrade os deuses pelo sacrifício e os deuses retribuirão atendendo aos seus desejos. Somente um ladrão consome o que lhe foi dado como presente sem corresponder aos que lhe fizeram a oferta’” (Capítulo III, vers. 10-12). Pelos filhos, netos e futuras gerações, vamos todos dar nossa cota de sacrifício aos “deuses” brasileiros – os nossos ideais maiores. Eles certamente nos ajudarão a sair desta encruzilhada tão difícil e preocupante em que nos encontramos. Quem tem ouvidos que ouça! Quem tem percepção que entenda!

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

LAVAR OU MANTER LIMPO?

(No Estadão impresso, sexta-feira, 25.11.2016)
CORRUPÇÃO
Sergio Fausto, no artigo Esperando a Odebrecht(23/11, A2), apresenta-nos uma conclusão magistral: “A punição de crimes pela Justiça, respeitando o devido processo legal, é uma das maiores conquistas da civilização. Só se redime quem paga por seus erros. Isso vale para os indivíduos e vale também para um país. Não pode haver democracia, não pode haver sociedade decente, fora do império da lei, igual para todos. Doa a quem doer”. A Operação Lava Jato, conduzida pelo brilhante e altamente competente juiz Sergio Moro, pode-se resumir a uma simples lavagem de nossos costumes políticos e zelo no uso de bens públicos, no curto prazo, enquanto os poderosos de plantão sentem o escrutínio e o peso de sua atuação. E já existe muita pressão para esvaziar e encerrar seu trabalho. Para que não fiquemos só na “lavagem” provisória, temos de pôr em prática a sabedoria realçada pelo sr. Fausto. É necessário não só “lavar”, mas instilar a consciência de que temos de manter limpa a administração pública. Corrupção deve ser bem avaliada e resultar em punição adequada, doa a quem doer. Fora da lei não há salvação!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A FORÇA DO EXEMPLO

(No Estadão online, quarta-feira, 2.11.2016)
A distinção e o valor de um povo são determinados em grande parte pelos exemplos de seus líderes. Os bons exemplos, bem entendidos e divulgados, valorizam o tecido nacional e a honradez de seus cidadãos, enquanto os maus exemplos o depreciam. Nas nações do Primeiro Mundo não se perde oportunidade de destacar na mídia e em bancos escolares as boas atuações de seus fundadores e patriarcas, assim como censurar os maus exemplos ocorridos na História. Infelizmente, no Brasil pouco se faz nesse sentido. Até a importante atuação de Ruy Barbosa, conhecido como o Águia de Haia, é depreciada ou esquecida. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua equipe econômica deixaram o Brasil sem inflação, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, importantes programas sociais sob os cuidados de dona Ruth Cardoso, além de privatizações essenciais, como a da Companhia Siderúrgica Nacional e a das telecomunicações, e assistiu a todo esse esforço ser tachado de "herança maldita" pelo seu sucessor. Um bom exemplo, que foi desperdiçado em várias campanhas eleitorais perdidas pelo PSDB. Nos quase 14 anos de governos petistas, sofremos uma série enorme de maus exemplos tanto de Lula quanto de Dilma Rousseff, ambos demonstrando pouco apreço à educação e desconhecimento de assuntos mais comezinhos e básicos. Até a educação da Língua Portuguesa sofreu de maus exemplos ao apresentar em livros-textos linguajar errado, justificando-o como comum ao povo. Maus exemplos que foram aceitos e, até, aplaudidos pelos petistas. Felizmente, nos últimos anos, tivemos líderes que nos legaram ótimos exemplos: o presidente Michel Temer, ao declarar que não vai concorrer à reeleição para poder realizar os "amargos" ajustes necessários; o juiz Sergio Moro, com sua Operação Lava Jato acabando com a impunidade de muitos "poderosos"; a ministra Cármen Lúcia, que, ao assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), foi pessoalmente visitar presídios e conferir a péssima condição em que se encontram os detentos; o prefeito eleito de São Paulo, sr. João Dória, que respondeu a Lula - quando este criticou seu vestuário como sendo mais caro que os "cisnes" (?) comprados por dona Marisa - dizendo que havia comprado sua roupa com dinheiro fruto de seu trabalho; e, finalmente, o povo, que despertou da demagogia e do populismo do PT para votar maciçamente nos candidatos da base de apoio ao governo Temer. Que este "novo" Brasil possa fixar bem os bons exemplos e fugir dos maus daqui para a frente. Está na hora de mais orgulho nacional, pé no chão e muito trabalho. Chega da ignorância que aceita ilusões e falsas promessas.