quinta-feira, 9 de outubro de 2008

AMIZADE NÃO ADIANTA

(No Estadão on-line, 9/10/2008)
Lula e Bush estão íntimos. Semana passada Lula ligou para Bush para felicitá-lo pela aprovação do "pacote" anti crise, e agora, Bush retornou a ligação. Nesta, Lula cobrou de Bush quanto tempo levará para que as medidas aprovadas façam o desejado efeito no mercado. E ele respondeu que isso se dará em duas semanas e meia. Será? Como se trata de um seriíssimo problema de confiança e crédito, vamos torcer para que tanto Bush como nosso "panglossiano" presidente consigam inspirar a desejada calma e segurança no mercado financeiro. Por enquanto estamos bem, com forte reserva de caixa. Mas, com gastos federais tão altos, e os desperdícios provocados pelas "bondades e doações" fartamente distribuídas pelo governo, em projeto mais de poder do que de estratégia de progresso, vai ser difícil pedir o sacrifício necessário para se atravessar a crise global com menos prejuízo. E pouco adiantam as conversas com Bush, em final de mandato, pois tenho a impressão que isso mudará radicalmente com o futuro presidente dos EUA, seja ele Barack Obama ou John McCain. O tratamento que estes prometem dar à crise será sério, e exigirá a correspondente seriedade dos líderes de países aliados. Duvido que nosso governo esteja preparado e que encontrará a competência e decisão política para agir no nível de disciplina e controle que será imposto no mundo financeiro global. Mas, espero estar errado e que Lula "caia na real" tomando as medidas necessárias em preparação para os dias de escassez, tanto de capital como de crédito, que virão por aí. E se as coisas piorarem, não vai adiantar dizer que a culpa é do Bush. Na nova realidade, os líderes do Primeiro Mundo logo vão dizer: a "casa" é vossa, e a vocês cabe controlar vossos gastos e orçamentos. Se não correspondermos seremos isolados, e isso é o pior que poderá acontecer!

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