terça-feira, 12 de março de 2013

CARRO ANTES DOS BOIS

(No Estadão impresso, terça-feira, 12.03.2013)
A isenção de impostos federais em produtos da cesta básica é uma boa medida, só que deveria ser feita como parte de um planejamento maior e mais responsável. Isoladamente, e no início de uma precipitada campanha visando à reeleição, a iniciativa fica altamente suspeita. No meu entender, o correto seria primeiro enxugar o tamanho da máquina governamental, tornando-a mais econômica e eficiente, com redução de seus gastos ao mínimo necessário. Com o dinheiro economizado, mais os R$ 5,5 bilhões, valor de que se está abrindo mão neste ano com a isenção, se investiria pesadamente em educação e na melhoria de nossa infraestrutura. Uma vez resolvidos esses problemas urgentes e cruciais, estando o Brasil no caminho firme e saudável para um desenvolvimento sustentável e sem inflação, aí, sim, o governo poderia abrir mão de receitas. Lembro-me do caso de Puerto Rico, que para se tornar território americano, em 1959, teve de fortalecer sua economia sem ajuda dos EUA. Executou um plano chamado na época de como "levantar a nação pelos cadarços do próprio sapato". Temos de fazer o mesmo. Em vez de tomar decisões isoladas para quebrar galhos pontuais, deveríamos começar resolvendo o nosso maior problema: reduzir o peso e os gastos desnecessários de um governo inchado, perdulário e ineficiente. Assim o progresso viria fácil e o brasileiro que trabalha duro, de forma inteligente e honesta, se sentiria mais digno e realizado. É o Brasil com que sonhamos!

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