sábado, 27 de setembro de 2014

JORNALISMO INVESTIGATIVO

(No Estadão online, sábado, 27.09.2014)
A presidente Dilma disse que “não é função da imprensa investigar”, mas apenas “divulgar” informações. As razões são claras e simples. Sem o jornalismo investigativo, as matérias publicadas se limitariam às geradas e formatadas previamente por órgãos da polícia, sujeitos a pressão e interesses de partidos políticos no poder. Acabaria o “inédito” e vigorariam os boletins homogêneos sem graça ou o sensacionalismo. E mais importante: atualmente as polícias mal conseguem investigar os crimes transparentes apresentados pelo cidadão em boletins de ocorrência (BO). Como esperar que investiguem crimes de corrupção e desvio de bens públicos cometidos às escondidas pelos “poderosos”, e sem alguém para fazer um BO e configurar a queixa? Assim, sem investigar e revelar os podres escondidos, os jornais independentes teriam seus dias contados, o cidadão ficaria indefeso e o corrupto/corruptor, mais despreocupado e impune. A democracia plena pressupõe uma imprensa totalmente livre, mas responsável, para servir como olhos e bocas na defesa de interesses do cidadão que paga seus impostos e espera o retorno justo desse dinheiro. A falta dessa liberdade é o caminho certo para a hegemonia do grupo político no poder e o fim da democracia. Tudo que não se deseja. Vade retro!

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