quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

'SOMOS TODOS CORRUPTOS?'

(No Estadão online, quarta-feira, 10.02.2016)
Em editorial, o “Estadão” lançou a seguinte pergunta: “Somos todos corruptos?” (6/2, A3). Certamente, o brasileiro em geral não é. No meu entender, o problema é outro e mais preocupante. Aqui, como infelizmente na maioria das nações do Terceiro Mundo, política é um jogo vicioso usado para enriquecer os eleitos, seus familiares, cupinchas e militantes, assim como para manter o controle sobre as benesses e boquinhas criadas sempre em benefício próprio. Os políticos, que deveriam ser nossos representantes na defesa de interesses coletivos, cuidam somente da defesa dos próprios. Este o maior problema. Em muitos países desenvolvidos, por exemplo, vereadores são cidadãos, atuantes e bem-sucedidos em suas profissões, que doam, sem remuneração, algumas horas da semana para cuidarem dos interesses coletivos. São como síndicos. E, geralmente, os políticos de nações desenvolvidas e sérias trabalham e se sacrificam como representantes de sua base eleitoral, pois ganhariam mais atuando na área privada. Dão sua cota para ajudar seu município, Estado ou nação. Esta é a grande diferença. Eles servem ao bem comum, os nossos se servem do bem comum para cuidar de si e dos seus. E essa mentalidade, infelizmente, está tão enraizada que muitos a acham normal e, se um dia chegarem a se eleger a um cargo público, pensam fazer o mesmo. Nós não somos corruptos. Nosso sistema é que corrompe e tem de ser mudado. Mas como fazer esta mudança? Eis o xis da questão!

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