terça-feira, 20 de setembro de 2016

PROVAS CINCUNSTANCIAIS

(No Estadão online, terça-feira, 20.09.2016)
Na denúncia recente formulada pelos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) contra o sr. Luiz Inácio Lula da Silva, a referência a "convicções" não creio ter sido a ideal. Melhor seria "provas circunstanciais", as que se baseiam em indícios e deduções. E essas são muitas. Na vida legal o cidadão correto trabalha, produz, é remunerado, compra imóvel em seu nome, paga suas instalações e decoração, transfere para lá seus bens e usufrui, com o merecido orgulho, de sua nova residência ou local de descanso. Já o cidadão que quer esconder a origem de dinheiro obtido irregularmente arranja um "laranja" de sua confiança para assinar e constar na escritura do imóvel. Daí para a frente, passa a usufruir do mesmo como se proprietário fosse. Só ele e família usam o imóvel; o "laranja" nem chave tem e pede licença para adentrá-lo; toda a decoração, inclusive cozinha Kitchens de luxo, é escolhda pelo "usufrutuário enganador"; objetos comprados para a piscina, como pedalinhos, trazem o nome de netos; parte dos bens valiosos retirados (?) do Planalto é transportada para esse imóvel, etc. Mas o "esperto" sempre declara que não é seu proprietário. Essas são ou não provas circunstanciais de um grande esquema de lavagem de dinheiro? Só não percebe quem não quer, ou tem interesse em participar do esquema. Faz-nos lembrar a história do pato: faz barulho de pato, nada como pato, é seguido por muitos patinhos, mas o "esperto" insiste em que não é pato. Na verdade, patos somos nós, que assistimos a todo esse circo de patacoadas e malandragens e, no fim, teremos de pagar o pato de toda essa roubalheira. Felizmente, a Operação Lava Jato está agindo para acabar com esse "circo de mentiras". Provas circunstanciais é que não faltam!

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