terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

A IMPORTÂNCIA DE UM PARADIGMA

(No Estadão online, terça-feira, 07.02.2017)
No “Dicionário Houaiss” o termo paradigma consta como sendo “um exemplo que serve como modelo; padrão (...)”. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deveria se posicionar como um importante paradigma de bom e responsável governante de nosso passado recente. Suas conquistas foram marcantes: Plano Real, Lei de Responsabilidade Fiscal e privatizações, com suas respectivas agências reguladoras para controlar abusos de empresas privadas ao assumirem áreas essenciais de nossa economia, e muitas outras. Infelizmente, não tem sido assim. Desde que passou a faixa presidencial ao sr. Lula da Silva, FHC só tem se eximido desse importante papel de ser nosso paradigma. Vejamos. Aceitou passivamente a crítica de que deixou uma “herança maldita” para Lula, sem defender seu governo nem contra-atacar na defesa de campanhas do PSDB (a de José Serra, por exemplo). Tem tratado Lula com toda deferência e gentileza, apesar de suas constantes críticas. Agora foi levar um abraço a Lula no velório de dona Marisa Letícia, ao mesmo tempo que dois dias depois tem artigo seu publicado no “Estadão” (“Ainda há razões para sonhar”, 5/2, A2) em que afirma que “os governos petistas jogaram uma nuvem de ilusões no País por uma década e tacharam muito do que era sensato como ‘neoliberalismo’, uma doença que atacaria os interesses do povo e dos trabalhadores”. E mais adiante: “A Lava Jato pode vir a estimular uma revolução em nossas práticas. Tomara seja o início de uma mudança cultural”. E o seu papel como exemplo de contraste, sr. Fernando Henrique? Não seria o caso de se posicionar melhor diante de Lula e seu grupo de “petralhas” que tantos males causaram ao Brasil e que deixaram esta situação calamitosa em que nos encontramos? Ou está tudo bem, com abracinhos e afagos ao capo Lula da Silva? O sr. é um importante paradigma de nossa história. Mas está se portando como se suas conquistas e todo o sacrifício imposto ao povo na época pouco valeram. Não é assim que se consegue firmar uma mudança cultural e a educação política do povo!

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