domingo, 3 de agosto de 2008

Idéias sobre Educação - I

De “É possível” - 9 de julho de 2003
“... É uma vergonha o Brasil se classificar como um dos piores entre 41 outros países na análise da Unesco. É uma vergonha que países como Irlanda, Espanha e Coréia do Sul em 30 anos deixaram o Brasil para trás, porque priorizaram o investimento em educação, enquanto nós cuidávamos somente de infra-estrutura industrial e "desperdício em prédios públicos". É uma vergonha que, em pleno século XXI, ainda precisamos "acabar com o fingimento de que estamos educando, apenas porque conseguimos matricular um pouco mais de crianças". A receita do ministro da Educação é óbvia: para "garantir que as crianças não apenas fiquem na escola, mas aprendam" é preciso investir mais em equipamentos e no professor. Diria que devemos investir mais também no livro texto para que o professor e os pais tenham um apoio melhor na matéria sendo ensinada. Temos que eliminar o individualismo do ensino pela cabeça ou pela apostila. O livro texto, quando elaborado por equipes de professores com alta capacidade pedagógica, especialistas em imagens, gráficos e ilustrações, psico-pedagogos e com avaliação e correções prévias em testes de assimilação e aproveitamento, é um recurso fortíssimo para elevar o nível pedagógico dos professores mais novos, e os de colégios mais distantes dos centros acadêmicos. Há um método muito interessante do uso do livro texto que deveria ser introduzido através do qual o aluno estuda no livro antes da aula, auxiliado, se necessário, pelos pais, com a orientação e complementação posterior do professor (ou assistente na sua ausência). Assim o aluno tem uma total transparência do curso, inclusive a matéria que seria questionada nas provas. Educação moderna é uma ciência altamente desenvolvida que, em países como os Estados Unidos, tem o livro texto como um dos pilares mais importantes depois do professor. Evoluir na educação é possível. Com a introdução de bons livros textos essa evolução seria muito mais rápida e abrangente.”

De “Variações sobre o capitalismo” - 27/08/2005
“...O ´globalismo ético´ e a segurança de justiça igual para todos (´justiça social´ creio ser um conceito condescendente para continuar aceitando uma justiça desigual, porém um pouco menos desigual para as classes pobres - uma colher de chá para os que estão por baixo) através de uma educação moderna, justa e disciplinadora dos valores básicos do ser humano ambicioso e competitivo - com ênfase nos esportes, acessível a todos indiscriminadamente, é essencial para se formar uma sociedade mais justa. E todo o progresso propiciado pelo capitalismo vem ajudar muito neste ideal. Utópico? Considerando o nível de nossos políticos e governantes, ainda sim. Mas, não creio que criticando o aspecto ´selvagem´ do capitalismo vai resolver o problema. Só vai nos deixar cada vez mais atrasados e excluídos da onda de progresso do mundo globalizado. Outro fator importante: conforme a filosofia calvinista, o trabalho é uma bênção e não um castigo, como a idéia do catolicismo nos faz crer. A valorização da educação e do trabalho, honrado e honesto, são as chaves de um futuro melhor. O erro não está no capitalismo, mas no ser humano!”

De “Perguntas sem respostas” - 10 de outubro de 2005
“...há muitas perguntas sem repostas quando 76% dos brasileiros são considerados analfabetos funcionais. A meu ver, a principal delas seria: vale o resultado de uma eleição para a Presidência da República, na qual toda a campanha do vitorioso foi manipulada e maquiada por marketing político, ricamente regado a dinheiro sujo de "caixa 2"? E, como evitarmos, diante da situação atual, que esse verdadeiro estelionato eleitoral e rolo compressor continuem envolvendo e dobrando um eleitor despreparado? Parodiando a esfinge mítica, fica o desafio para os brasileiros "letrados": decifra corretamente essas questões, ou seremos devorados no futuro pelas suas conseqüências!”

De “Desafios na qualidade de ensino no Brasil” - 25/02/2006
Sugiro “... a adoção mais correta, e a nível departamental, do livro texto, com toda sua base pedagógica de conteúdo bem dosado, bem ilustrado e com testes e questões de fixação da matéria de cada capítulo. O conceito de livro texto também deveria ser mudado. Nas escolas americanas a orientação dada é para que o aluno faça suas anotações no livro, grifando pontos importantes, rabiscando inteligentemente tudo o que facilitar o aprendizado. Quando lá estudei (durante dez anos), vários professores disseram à classe que no final do semestre queriam ver os livros bem usados e bem gastos; que a função do livro era levar o conhecimento para a cabeça e o domínio dos alunos, e não como enfeite nas prateleiras de sua estante! (Aqui se faz campanha oposta para que o livro seja mantido novinho e seja usado por outros alunos! Não seria isto uma economia besta levando à mediocridade no ensino?) Enquanto não valorizarmos o professor, a leitura, o livro texto, a disciplina científica e a criatividade em pesquisas, nossa educação vai continuar capengando e nos fixando no Terceiro Mundo. Começando hoje, poderemos beneficiar a geração de nossos netos e bisnetos. Será que teremos essa sabedoria e a vontade política para as necessárias transformações?”

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